domingo, 24 de outubro de 2010

Arte do Blog



A luz impressionista

Borges e Nicolau
Claude Monet é o autor da obra acima, "A Ponte de Argenteuil", que pode ser apreciada no Museu D'Orsay, em Paris. Monet é um dos expoentes do impressionismo e sua obra mostra um artista preocupado em pesquisar a trajetória dos raios luminosos e seus efeitos. Para tanto pintou em diversas horas do dia com a intenção de registrar as mutações do ambiente em função da luminosidade.

O trabalho dos impressionistas usa a interpretação do cérebro na contemplação dos objetos. O que parece nem sempre é. As obras registram matizes produzidas pela reflexão da luz e as figuras não apresentam contornos nítidos definidos por linhas, forma usual para representar imagens.

Luz produz sombras e penumbras, conforme a natureza da fonte e a distância do anteparo, sempre representadas em tons escuros ou mesmo em preto na pintura tradicional. Os impressionistas mudaram esse conceito dando às sombras a sensação de luminosidade e cor.

A Física esteve presente nas paletas impressionistas na forma da lei das cores complementares. O uso do amarelo e do violeta lado a lado dá impressão de luz e de sombra de forma muito mais real do que o claro-escuro dos pintores barrocos.

Cores e tonalidades perderam o lugar absoluto nas telas e não mais eram obtidas pela mistura das tintas. No universo impressionista só são usados pigmentos dissociados em sutis pinceladas. É o cérebro do observador que combina as várias cores obtendo o resultado final. A pintura impressionista é óptica antes de ser técnica.

A obra de Monet dá a sensação da essência do objeto, o cérebro interpreta os sinais elétricos que recebe através do nervo óptico e mistura as cores, dando significado à intenção do artista. A emoção sugerida também é percebida pelo cérebro, mas sentida no peito como preferem os românticos.

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