sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Leituras do Blog

Viagens cósmicas

Borges e Nicolau
Assim como nossos ancestrais que viajaram por mares bravios nunca d'antes navegados descobrindo novas terras, continuamos sonhando com viagens e descobrimentos. A curiosidade domina a alma humana. Na Terra ainda há lugares inóspitos, o fundo dos oceanos, por exemplo, mas a exploração dessas regiões é mera questão de tecnologia. Enfrentar as grandes pressões exercídas pela água está ao alcance do homem.
No entanto, quando o assunto é viajar pelas estrelas temos alguns problemas práticos e teóricos para os quais ainda não há vislumbre de solução.

O Universo é muito grande quando comparado à escala humana. para viajar no espaço é preciso atingir velocidades elevadas, cujas intensidades devem ser da ordem de grandeza de parcelas significativas da velocidade da luz.

Alguns problemas surgem então.

O primeiro refere-se ao combustível. Como acelerar nossa nave até que ela atinja uma velocidade compatível com as distãncias cósmicas, digamos a metade da velocidade da luz? Teríamos de levar um recipiente contendo anti-matéria que ao entrar em contato com a matéria produz energia. Mas a aceleração deve ser feita em doses homeopáticas, o corpo humano é fragil. Por curiosidade vamos calcular quanto tempo a nave deveria acelerar com 3g até atingir c/2, ou seja, 150 000 km/s. Supondo a aceleração constante e g = 10 m/s2 e usando a expressão a = DV/ Dt, teríamos:

30 m/s2 = 150 000 000 m/Dt s  =>  Dt =  5 000 000 s

Cinco milhões de segundos equivale a aproximadamente 1389 horas o que dá por volta de 58 dias. Quase 2 meses acelerando sem poder movimentar-se, pois estar submetido a uma aceleração de 3g equivale a estar n superfície de um planeta onde a gravidade é 3 vezes maior do que a da Terra. Um homem de massa igual a 70 kg pesa na Terra 700 N e no planeta em questão, 2100 N. A sensação seria parecida com a que sentiu Gregor Samsa ao ser transmutado em barata gigante na obra "Metamorfose", de Franz Kafka.

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