quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Astronomia

R. Corradi (Isaac Newton Group), D. R. Gonçalves (Instituto de Astrofísica das Canárias)

Nebulosa Planetária

Borges e Nicolau
Por incrível que possa parecer aos olhos de quem observa o firmamento e contempla estrelas que guiaram navegadores vikings, fenícios e, mais recentemente, genoveses e portugueses, essas cintilantes luzes noturnas que parecem infinitas têm um ciclo de existência parecido com o dos humanos. Nascem, passam pela infância, atingem a maioridade, chegam à velhice e morrem.

O espetáculo que vemos na foto foi produzido na última etapa da vida de uma estrela semelhante ao Sol. Assim como acontece com os homens que no final da jornada já não têm energia para feitos atléticos, as estrelas anciãs vergam-se ao próprio peso. As reações nucleares de fusão que por milhares de anos equilibraram a gravidade, diminuem, já quase não há combustível para queimar.

A temperatura sobe, o Hélio que um dia foi Hidrogênio vira Carbono. A estrela sem estabilidade cresce, transformando-se em Gigante Vermelha. A partir dessa condição, até a transmutação em Anã Branca, parte considerável da massa é lançada no espaço na forma de ventos estelares. O gás expelido é aquecido a temperaturas da ordem de 10 000 ºC em função da radiação emitida pelo núcleo.

Forma-se assim um dos mais intrigantes e belos espetáculos da natureza, a Nebulosa Planetária.

A foto acima foi obtida pelo Telescópio Óptico Nórdico (NOT), situado no Observatório Roque de los Muchachos do Instituto de Astrofísica das Canárias.

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