Geraldo de Barros
Borges e Nicolau
Nas semanas passadas mostramos trabalhos de Wesley Duke Lee e de dois de seus alunos, Baravelli e Fajardo. Hoje apresentamos um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, o pintor, fotógrafo, desenhista de produto e artista gráfico, Geraldo de Barros. Geraldo foi um dos fundadores da Galeria Rex que nos anos da década de 1960 modificou o panorama da arte paulistana e influenciou toda uma geração de artistas.
Geraldo de Barros nasceu na cidade de Xavantes (SP), em 1923. Aos 23 anos começou a estudar desenho e pintura com o pintor Clóvis Graciano e, em seguida, com o artista Takaoka.
Em 1948 participou com outros artistas do Grupo XV, no qual exercitou a pintura de influência expressionista. Por essa época adquiriu uma câmera Rolleiflex 1939 e começou a descobrir as possibilidades expressivas da fotografia.
Em 1949 ingressou no Foto Cine Clube Bandeirante. Suas pesquisas formais chocaram os integrantes do Bandeirante, que ainda cultivavam a corrente pictórica. No mesmo ano foi convidado por Pietro Maria Bardi para organizar o laboratório fotográfico do Masp, recém inaugurado. No mesmo lugar, um ano depois, expôs a série "Fotoformas". A repercussão do trabalho o fez ganhar uma bolsa para estudar na Europa, onde decidiu retomar suas pesquisas com o desenho e a pintura, deixando a fotografia de lado.
Em 1952, de volta ao Brasil, participou da criação do movimento Ruptura, marco do início da arte concreta no Brasil. A aplicação de seus estudos da forma em novas estruturas o levou, em 1964, a fundar a loja de móveis Hobjeto, pela qual arrebatou diversos prêmios como designer.
Apenas em 1979 Barros retomou o contato com a fotografia. Após sofrer a primeira de quatro isquemias cerebrais que o fizeram perder parte dos movimentos, reencontra fotografias suas feitas nas décadas de 40 e 50 e passa a realizar a série "Sobras", intervindo sobre as cópias com recortes para criar diversos tipos de colagens. "Sobras" foi o projeto que o manteve estimulado até sua morte, em abril de 1998.
Nenhum comentário:
Postar um comentário