Obra de René François Ghislain Magritte (1898 - 1967)
Reflexos e reflexões
Borges e Nicolau
O quadro acima é de autoria do pintor belga René Magritte, um dos expoentes do surrealismo, corrente artística surgida em Paris nos anos da década de 1920 e que se caracteriza por buscar a representação do irracional e do subconsciente.
Magritte cuidava da forma com esmero, suas pinturas são de um realismo quase fotográfico, com um detalhe, tudo o que parece normal está repleto de anomalia.
Os quadros do artista revelam empenho especial na criação de paradoxos visuais, a atração exercida pela obra fundamenta-se na tentativa de decifração das estranhezas que nos cercam. Com alguma dose daquele humor que produz sorrisos e inquietação ao mesmo tempo.
Dentre as inúmeras metáforas do artista destacamos o quadro do homem em frente ao espelho. Observe que há uma assimetria proposital na mensagem. O livro apoiado no anteparo sofre reflexão especular, com todos os detalhes que a caracterizam. O homem vê suas próprias costas através da reflexão no espelho. Seria essa uma superfície refletora capaz de revelar o oculto, o subjacente e, desmontando as leis da física, decifrar o grande mistério do Universo, sua própria existência?
Magritte, como todo grande artista nos induz à reflexão. E já que estamos falando de reflexão, vamos ver o que aconte na realidade, sem as sutilezas propostas pela magia do surrealismo.
Num espelho plano objeto e imagem têm as mesmas dimensões, equidistam do espelho, apresentam mesma orientação e naturezas opostas, isto é, se o objeto for real a imagem é virtual e vice-versa. Observe na foto a reflexão dos raios de luz que partem do rosto e incidem no espelho.
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